Saturday, March 04, 2006

Claro que há impessoalidade no sentimento das coisas; da transa, se firma, por exemplo: amar-se e amadorar-se, porquanto do sexo não ser fim – tampouco; um meio. – Claro, claro!, compreendo que não me foi compreendida sequer uma vírgula, mas apenas eu prossegui... Eles se beijaram na concepção do amor pueril; os segundos perenes, ressonavam, como uma visagem edênica que na sua essência não devessem suscitar mais que uma incúria, isto é, um diabolismo:
Não se é devido beijar um irmão!, e o que esse vivente conhece dos amores?. Refiro-me que olhou bem na fundeza dos meus olhos para sentenciar aquilo. Não se beijam os irmãos – ora!, ora ora ora... Que purismo, que beatitude! – torcia-lhe os lábios e arrancava-lhe as vistas, cretino!, deixe-me contar:
Beija-se quem o quiser, ama-se quem o quiser, porque dois bichos se amando, não há leis de homens para abjurá-los, e a bem dizer da realidade, dos homens, tão somente, quereríamos uma existência comensal: não se interferiria no paradigma de sociedade, não se induziria uma insurgência ao coletivo, malgrado não se fossem refratar sua co-existência: come e veste como tais: ama e vive com vós. De tudo, porque no ato de precisar, por que não prover?, os homens entendem os desejosos de folga divina, só não os veneram:
Visto assim, falado assim eu vou achar que o amor é vadiagem; Tu não vais achar nada, tu não tens que achar, tu não tens nada!, aquieta e aquiesce. – Débil, tal verborragia é sempre vinda das crianças, mas que não: os homens todos são hipócritas, maculados, repulsivos. Prefiro retomar: Entendes que saber o amor não é prová-lo?, pois então, o mais de todo é meditar, intuir, presenciar que o amor, que esse amor falado demais, embora pouco sabido, é dos homens como o colibri; Eu não sei entender; Ele convém ir para trás!; Isso é bom do amor?; Isso é bom de tudo; saber fugir com elegância, claro, pessoa, pois daí funciona dele não permear os homens; eles não o buscam, eles o enfeitam!; Eu não desejo amar, desejo ruir munido dos meus olhos apenas; Queres recriar teu mundo?; Quero registrá-lo!, e quero sê-lo!; Uma ação de viver é insidiosa demais para ocupar espaço na lata de lixo do histórico humano, vive, ama e morre!. – Pudera que tais palavras não surtissem aquela corrosão da vileza nos espíritos ineptos. Ai deus!, que eu me abstenha dessa culpa. Dessa fardo, e desse mister; não consinto saber, de tudo, ainda ser loquaz. Mas uma história principiava:
Por isso que se copula onde quiser, por isso de tu o dizeres?; Deles os motivos, escoa-os; e, agora, tu terás as feições que o mundo desconhece: o amor se dá, o coito se pratica. – Percebo que se perguntou, ‘mas entre irmão?’, sim, coisa, entre vidas, simplesmente. O efeito dessa minha ferroada sucedeu regenerativo, e podia-se considerá-lo não mais uma alma devassada, Sem restrições, sem elucubrações?; Aprende que são abstidas, formalmente, todas as formalidades, essa é a única procedência, esse é o único anelo!; Convém...
Convinha. Por vezes, me proponho a analisar do que eu mesmo pertenço convicto; e pasme, que, também, por vezes, faltou-me respostas às indagações:
No entanto de o sexo não ser fim nem meio?; Conseqüência, néscio!, pormenor; compete como em ser precisão dos pobres de espírito; Dado que apenas o pleno de espírito é deus...; Dado que apenas o pleno é deus: todos somos precisados; Então, vales-me de que carecendo das delícias da carne, somos escória?; Jamais, a custo que vós sois, e tanto como a mim, homens!; Clareio ao fim, pertenço aos erros, mas sei que lhes fujo, isso é incoerência!; Não se acerta almejando a perfeição; Então, novamente, sou abjeto por aspirar a uma bondade única?; Não é o que desejas, tu necessitas e procuras a expansão da vaidade, que ao mundo seja gritado teus feitos benévolos e sagrados; Isso não é uma verdade!; Pois...se não o for, me digas repetida vez, dize!; Isso...isso...desfiro meu lamento, sou um asco!; Dize!; Eu não posso, eu não o sei.
Em tempo que aquela alma assistiu desprovido de costumes maus o meu falatório. Coitado, ordinário. A pureza não consiste em calar os impulsos, apenas em não os ter. Mas nunca conter:
Perplexo, regozijado; abastecido e insaciado. – Disse-me isso e inferi que contasse do seu estado de espírito. No silêncio da verdade, éramos dois, a bem que jamais o deixasse saber, não obstante isso concretizasse uma gravidade na linha, que hoje ainda pondero, dos meus pensamentos. Percebo que te amei, e disso materializo tua própria palavra: amo, amo, amo e estou aqui, hoje, e todo, para ti; Hipocrisia se eu estranhasse ou reprovasse; Logo...logo, é isso?, essa despropriação de querença do gozo designado?; Também, além; essa deferência ao material humano da perfídia, que é a conceituação própria, o veredicto insano; Falas-me do preconceito?; Falo-te; Mas e de quem falaste afinal, por que irmãos se querem se disso resulta ser menor, seria devido, pois, não se precisarem! sim?; Seria devido não devassar ninguém, seria, venerar-se um ao outro, e, precisar ou não provar a boca alheia; Onde está a sublimidade disso?; Nenhures!; E pode assim?; É assim!; Sabes-lo?; Quê?; Dos fraternos, quem os eram; Sim, eram aves, eram colibris; Também, embora fossem, em verdade, anjos...
Isso o desagradou, naquele íntimo de intento para reavaliar-se a si. Mas eu sei, ele repugnou...e, tão logo, seguiu:
Amassem outros, quisessem outros, errariam?; Por quê?, tu sentes apenas amar um deus?; Em hipótese, disso que preciso saber, erro nisso, em precisar sentir outros gemidos?; Aborreces a quem?; Pois, aos que não pensam como eu; Eles te fazem bem?; Não, eles indiferem; Sentir-te-ia bem?; Desligado dos outros e suas influências?, plenamente!; Logo?; Eu estou certo em precisar; Sim; E em não precisar?; Também, o amor é de quem quer, não dos que preferem; Isso tudo angustiaria o outro; Ah, sim, e isso, achas certo?; Não; Dizes-me, então que se o fizessem a ti, tu plenamente consentiria?; Não; Pois?; Talvez não conceba a idéia de me deferirem a outro; Isso consistiria em algum deferimento?; Eu não sei, eu realmente não sei.
Escutou que mais depressa digeriu aquela falação. Amado, como enterneciam seus olhos ao brilho do saber. Não esqueço, mas deixa-me sentenciar:
O sentido é de todos e todas as pessoas se precisam para crescer; uma a uma, contudo, há os que subsistam suficientemente autônomos e renegados por si próprios. O certo é não ter impulsos, e não contê-los; Lembrei, isso é difícil, preciso de tempo; Amor meu, todos precisamos, tu o tens, tu o uses!; Eu estou tão superlativo, quero me expandir, quero viajar e transcender as vias normais, fugir dos homens, no entanto, que, hoje, seja contigo; Sim; Dá-me a mão; Ei-la; Beija-me!
...

2 Comments:

Blogger Felipe Martini said...

Não viraste parnasiano né??

9:58 AM  
Blogger Cuevas said...

muito difícil pra mim

8:55 AM  

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