O amor passa quando.
Como tudo passa
E fica lembrando que passou,
Passarinho sem patas
Que não sente do chão a dor
Porque passou voando.
O amor passa, e continua
passando. Não deixa de existir
sem permanecer. Porque embora
passe, penetra e trespassa sem perecer.
Sendo muito menos fumaça
do que qualquer coisa que eu faça:
pedra preta com jeito brando.
Assim aprendemos com o passar dos anos
que a uma pedra escura amamos,
num flerte em banho maria:
toda expressão que tem,
todo o silêncio que emana
toda chama que poderia
todo relevo inerte.
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