Thursday, August 23, 2007

Lambe os lençóis e lambe os dedos, tu,
prepara um prato que não sabes e
não comas, veste a camisola que ela deixou
e senta para conversar com

agora ama alguns retratos, tirando roupas
do rádio – na janela as frestas vão engolindo
a burocracia da luz: os teus poros engolem
a xepa dela

amarra o cordão da saia para que as
pernas deixem os desenhos de criança à mostra,
tatuagens de Caim, degredo,
apaga a luz do sol das frestas

um dia suicídico se
funcionasse o mecanismo do gás,
tudo é brochura quando a gente lê num guardanapo
de papel, num livro que ela deixou, Não adianta inventar cacofonia
as coisas ruins da vida têm sempre um soar maravilhoso.

1 Comments:

Blogger Eider Cruz said...

Porque te amo, porque te quero, porque te gosto mesmo sem te entender.

11:34 PM  

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