Saturday, June 05, 2010

Achei desde pequeno que a minha mãe não gostava de mim, ela nunca disse. Não gosto dela por isso, complexo inútil até pra pastiche, amo mesmo assim. Desde pequeno meu pai me gostou, eu tinha certeza. Gosto dele por isso, mas não da cerveja e portanto não amo. Teve uma Kellen na minha vida que acabou de gostar de mim depois de uma viagem e eu não gosto dela por isso. Amo ela, no entanto; pasmem! Teve uma Luzia que me amou, segundo a própria quase como em lei. Eu digo que gosto dela por isso, mas não amo, eu nunca amei.

Thursday, June 03, 2010

O amor passa quando.

Como tudo passa

E fica lembrando que passou,

Passarinho sem patas

Que não sente do chão a dor

Porque passou voando.

O amor passa, e continua

passando. Não deixa de existir

sem permanecer. Porque embora

passe, penetra e trespassa sem perecer.

Sendo muito menos fumaça

do que qualquer coisa que eu faça:

pedra preta com jeito brando.

Assim aprendemos com o passar dos anos

que a uma pedra escura amamos,

num flerte em banho maria:

toda expressão que tem,

todo o silêncio que emana

toda chama que poderia

todo relevo inerte.